Pina, orquestra de tango, festival de flamenco, gravação de CD de MPB, aula de dança contemporânea, teatro, workshop de musical, fotografia, ensaio vocal. As minhas semanas são assim, recheadas de estímulos artísticos tão ricos quanto distintos e eu no meio, olhos arregalados e coração remexendo de um lado para o outro do peito.
Arte boa faz isso com a gente. Salve, salve.
Em tudo o que eu trabalho atualmente existe arte, graças a Deus. Arte de múltiplas formas, feita, criada, passada adiante, que nasce e se esparrama à minha volta, pega um pouquinho de cada, um pouquinho de mim e escorre por aí, se refazendo. A arte é foda e não tem outra palavra que possa traduzir isso assim, em letrinhas. Só foda mesmo. E olhe lá.
Não faço idéia de como tanta gente vive sem arte. X. São anos sem ir ao teatro (às vezes uma vida...), sem ler um poema, um bom livro, sem ouvir à música sendo feita ali, ao vivo, nascendo das cordas, do ar, sem prender a respiração com um gesto, um corpo reagindo aos sons, sem enxergar as coisas por outros olhos, sem repensar tudo depois de virar geléia de gente liquefeita por uma apresentação duca.
Ar-te. Tão essencial à vida propriamente dita, entendida como o que vale a pena por aqui, quanto o ar para a mais óbvia e básica vida fisiológica. Preenchamo-nos, pois, de ar-te, aspirando fundo, deixando as células embeberem-se, incharem, tomarem novas formas para depois expirarmos o mesmo ar, então diferente, que em seguida preencherá novas e outras células, outros corpos, cada vez mais vivos, cada vez mais outros, cada vez mais sãos.
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