quarta-feira, 21 de maio de 2008

Indiana e as Manicures

Na manicure semanas atrás:

Gente, vocês viram que vão lançar um filme novo do Indiana Jones?” disse eu mega empolgada.

Indioque?”, manicure 1.

Indiana Jones, vocês não ouviram falar?” eu de novo.

Indioana Jonis?” manicure 2. “O que é isso?

Meu mundo caiu. Seria possível? Eu nunca imaginei haver uma pessoa vivendo em sociedade que não conhecesse um dos meus maiores ídolos de infância, Mr. Jones. A figura do arqueólogo charmosão, com seu chapéu Cury e seu chicote, enfrentando vilões bigodudos em busca de artefatos escondidos nos mais longínquos e perigosos locais do planeta desde sempre povoou minhas brincadeiras reais e cibernéticas (sim, eu tinha o joguinho do Indiana para PC e sim, a tela ainda era verde naquela época...) e me levava à loucura a cada nova película.

Ainda me lembro da primeira vez em que assisti a um filme do Indy. Não foi no cinema, eu era muito pequena. Vi em casa, no vídeo cassete que àquela época era um must da tecnologia. Foi o do “Templo da Perdição”, aquele das pedras sagradas e do cérebro de macaco. Um clássico delicioso. Nem preciso dizer que fiquei alucinada. Aquilo era aventura de verdade, eu queria viver como ele e fazer todas aquelas coisas (exceto a parte do cérebro de macaco...). Os filmes do Indy eram mesmo uma festa para uma criança com a imaginação a mil. Vi depois os outros dois, um melhor que o outro, com direito a Sean Connery, arca dos dez mandamentos e Santo Graal. O máximo.

Naquela época, o herói era assunto em todas as rodas, de intelectuais a bêbados no buteco, figurinha carimbada na mídia e tema de lancheiras, toalhas, cadernos e mais uma penca de produtos de marketeiros oportunistas. Não havia cristo que não conhecesse Indiana Jones. Impossible. Ele era tão conhecido quanto a Madonna, o Michael Jackson e o presidente dos Estados Unidos.

Pois o tempo voou e eu nem percebi que isso tudo aconteceu 19 anos atrás. A minha manicure 1 é mais nova que isso. Susto.

Mas ora bolas, independentemente do período decorrido, na minha cabeça Indiana Jones ainda era diversão obrigatória para as crianças e os adolescentes de hoje em dia, afinal, a Sessão da Tarde está aí para isso e os filmes são bons demais para caírem no esquecimento.


A minha dupla de manicures me provou errada. Elas não tinham nenhuma referência sobre o herói vovô. Eu ainda tentei:

Aquele do chicote e do chapéu, da arca perdida...

Nada. Decidi apelar para a musiquinha.

Aquele com o tema tan tarantân, tan tarân, tan tarantân, tan tarân tân tân...

Nada. Eu estava ficando sem idéias.

Aquele do Harrison Ford.

Harrison Ford? O que mais ele fez?” me disse a manicure 2 sem a menor cerimônia. Pensei em desistir, a minha indignação não deixou.

Deixa eu ver... (ele fez Indiana Jones, caramba!) Blade Runner, Jogos Patrióticos, O Fugitivo, o remake de Sabrina...” Jesus, pensei.

Força Aérea 1...”.

Sei, aquele do avião do presidente? Passou na Globo.” lembrou-se vagamente a manicure 1.

Isso, o do avião. O presidente é o Harrison Ford” disse eu, aliviada.

Ah, ele não tá meio velho para fazer um herói?

Que audácia.

Um herói do naipe do Indiana só melhoraria com o tempo, pensei. Achei melhor não dizer mais nada e deixar o assunto morrer. Não valia a pena.

É, pode ser...

Algumas semanas se passaram e há dias a mídia só fala de Indiana Jones. Ele virou filet mignon novamente e está em tudo: internet, TV, cinema, jornais...

Amanhã vou fazer as unhas e quero ver alguém não conhecer Indiana Jones. Tudo está em ordem no mundo do entretenimento novamente.

Dias de Escrever

Há dias em que percebo tudo com uma clareza impressionante. Pequenas coisas me provocam reflexões gigantescas e os pensamentos falam alto na minha cabeça. Querem sair. Vêm já organizados, muitas vezes em forma de prosa pronta, com começo, meio e fim. Piadinhas inclusive.

Nesses dias preciso escrever. É mesmo uma obrigação, um dever de cuspir e registrar aquilo tudo que ainda não existe e que, se não escrito, desaparecerá tão logo a minha consciência se ocupe com outros afazeres e decida abandonar aquele caminho. Detalhe: minha memória de peixe não ajuda muito, o tempo urge para registrar os tais insights.

Ontem foi um desses dias. Acordei assim, uma esponja de detalhes, feições e idéias que se transformaram em grandes teorias, revelações. Eu só queria escrever a todo instante, eu precisava do meu teclado desesperadamente.

O dia, entretanto, tinha outros planos. Mal liguei o computador. Abri meu e-mail dentro do ônibus, no celular. Não parei um segundo sequer, precisava fazer e fazer e fazer.


O tempo passou e levou aquilo tudo com ele. Anotei os temas, algumas coisas permaneceram na minha cabeça mas a linha, o fluxo, as conclusões fáceis não estão mais prontas. Paciência.

O jeito é esperar pelo próximo dia de esponja. Que venha logo e em momento de oportuna desocupação.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Dor das Boas

Abri os olhos. Algo estava diferente.

Movi uma perna, a outra, um braço. Dor.

Delícia.

Eu tenho essa coisa estranha com dores musculares. Adoro. Eu sei, é esquisito mas quem não tem as suas maluquices? Gostar dessa (e só dessa) dor é uma das minhas (existem outras...trust me).

Desde que me conheço por gente gosto dessa sensação. Se ela for generalizada então, perfeito. Sim, porque coxa ou panturrilha doendo já é legal, acrescente braços, abdômen e bumbum e para mim o dia está ganho.

OK, agora vocês devem estar me achando realmente esquisita, imagino até a expressão estampada nas suas carinhas. Me deixem. Eu fico feliz por sentir isso, fazer o quê? A dor me acompanha em todos os meus movimentos, por míseros que sejam, e me lembra de que eu não sou uma máquina, de que meus grupos musculares existem, estão aqui debaixo dessa pele e precisam de atenção. Ela me preenche de uma sensação de missão cumprida, trabalho feito.

Parece que o espelho até me olha diferente quando estou assim.

O único inconveniente é que ela passa, e à medida que os exercícios vão ficando freqüentes, se torna cada vez mais árduo trazê-la de volta. O jeito é inovar e inventar movimentos e posições que desafiem e surpreendam as minhas carnes. Alguma sugestão?

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Play

Vivo escrevendo sobre a minha sobrinha, né? E tem como não escrever? Ela está cada dia mais esperta, linda e sorridente, com uma surpresa atrás da outra para virar assunto entre os adultos babões que a cercam. Eu, obviamente, encabeçando o time.

Pois não é que a pequena, além de devorar livros agora desenvolveu um afinado gosto musical? O repertório, eclético, é mais refinado que o da maioria das pessoas nesse Brasil sertanejo-pagode-funk. Inclui, vejam só, Chico Buarque, Toquinho, Rita Lee e até alguns hits internacionais. Para relaxar, música clássica é sempre uma boa pedida. Seus preferidos? Mozart e Bach. Coisa fina. E como um pouco de pop não faz mal a ninguém, ela também adora Baby Hits, volumes 1 a 7.

Até aí, apenas um bebê de bom gosto. A cereja do sundae fica por conta da sua atração pelo controle remoto. Pois não é que a garota não sossega enquanto o controle não vai para as suas mãozinhas gorduchas, e de lá, direto para a boquinha rosa com pontinhos brancos aparecendo? Morda o play para tocar, pequena, a música está só começando.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Velhinhos

Eu amo velhinhos. Velhinhos e velhinhas para ser sincera.

De verdade. Não estou louca nem tirando uma. Eu realmente sou apaixonada por essas figuras de idade que encontramos por aí. Existe coisa mais linda que uma pessoa de cabelos brancos e pele enrugada, marcada pelas experiências e pelos sentimentos de uma vida? Para mim, bem poucas.

Eu amo os olhos deles. Vocês já repararam naqueles olhos? Eles têm um brilho que destoa do resto do corpo e que nos lembra de que aquela pessoa nem sempre foi assim. Os olhos são os mesmos de antes, imutáveis, úmidos, profundos e cravados em um corpo que deixa à mostra os caminhos já trilhados. Por vezes, os olhos param e voam para longe, imagino eu para trilhar novamente os tais caminhos. E devem ser tantos...

Nesses momentos em que observo o passeio daqueles olhos, sinto como que uma inveja boa daquele ser repleto de histórias, que tanto viveu, e amou, e sofreu, e me imagino como ele, um dia, passeando pelas minhas histórias. E me emociono, sempre.

Pergunto então das suas memórias, eles contam. E amam. Senhorzinhos e senhorinhas deleitam-se ao contarem suas histórias, remoçam-se, os olhos brilhando ainda mais. Eu, ouvindo atenta, honro-me por dar-lhes esse deleite e por compartilhar momentos que lhes foram tão especiais. Quando ouço sobre as histórias que são só suas, guardadas com carinho, elas de alguma forma tornam-se também minhas e comigo ficarão mesmo depois que eles se forem. Ao ouvi-las, imaginá-las e senti-las, levo-os de volta àqueles dias e transformo as memórias, e seus donos, em parte de mim.

A convivência, a troca com estes senhores e senhoras é um presente e gostaria de tê-la com maior freqüência e intensidade. Temos tanto a aprender, mas procuramos nos lugares errados, nas pessoas erradas. Um casal de velhinhos de mãos dadas na calçada, apoiando-se mutuamente e seguindo em frente é uma lição inestimável que a maioria de nós ignora, desvia e passa apressada. Eu, por vezes, na correria do dia a dia também o faço. Sempre que posso, porém, admiro a visão, imagino tudo que viveram e passaram juntos para chegarem até ali e aproveito para recarregar a minha reserva de otimismo e de esperança por um futuro vagamente próximo daquele que idealizei para mim e os meus.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Sampa

Cara, o que é São Paulo?

Quarenta minutos para ir da Oscar Freire à Marginal. Até aí, normal. Fiquei toda feliz quando cheguei na via à beira do rio Pinheiros (que graças ao frio fora do comum não cheirava a esgoto, só a escapamentos) e pensei: beleza, agora mais uma meia hora de marginal e “Bandeirantes, sweet Bandeirantes”. Rá, rá. Mal sabia eu.

Chegando perto daquele presídio estrategicamente localizado à beira dos trilhos e de uma das vias mais movimentadas desse Brasil (dã...), eu percebi que o buraco seria bem, mas bem mais embaixo. A porcaria do trânsito parou de um jeito que deu para sacar na hora que a noite seria longa por ali.

O negócio estava tão zicado que nem Murphy, o infalível, conseguia se manifestar. Sabe aquela coisa clássica de você sempre escolher a fila errada e assistir, puto da vida, às outras filas andarem lindamente ao seu redor? Nem isso acontecia já que tudo estava pa-ra-do mes-mo. Eu olhava para o lado e nada se movia além dos vendedores de pipoca rosa e Suflair.

Eu olhava a placa "Fiscalização eletrônica de velocidade - 90km/h" e fumegava. Devia haver um radar que multasse a prefeitura toda vez que o trânsito andasse a menos de 10km por hora. Não era possível, eu já havia sofrido em engarrafamentos antes, mas aquilo era um recorde e eu comecei a imaginar uma penca de motivos mirabolantes para aquela coisa toda. Uma fuga em massa da unidade prisional, a queda inacreditável da ponte do Piqueri, o atropelamento em série de duas dúzias de motoboys... Tudo isso junto, talvez?

Que nada. O pior de tudo é que três horas e alguns poucos quilômetros se passaram e não havia nada, nenhum acidente, nenhuma porcaria de pára-choque ralado. NADA. O congestionamento estava assim porque a cidade era assim. Uma merda.

Pelo menos eu consegui entender qual é a daqueles DVDs de painel, instalados ao lado do motorista nos carros de mano. Aquilo nunca fez sentido para mim, afinal, falar no celular não pode mas assistir a filme, tudo bem? Pois bem, até aquele dia nunca tinha atribuído utilidade alguma àquela coisa cafona e exibida, mas imaginem só, se eu tivesse um daqueles comigo poderia ter assistido a E o Vento Levou e ainda sobraria tempo. Utilíssimo. Eu me distrairia e talvez a desgraceira toda da Scarlet me fizesse sentir um pouco menos miserável naquele lugar. Talvez seja mesmo uma boa aquisição.

Àquela altura o celular parou de funcionar e eu não tive opção a não ser começar a xingar todas as coisas ligadas de alguma forma àquele nonsense. Malditos humanos que insistem em se acumular em um lugar onde simplesmente não cabe mais ninguém, muito menos os milhares de carros que saem das lojas todos os dias. Tanta terra vazia por aí, tanta cidade pequena precisando de gente... Não, somos urbanos e modernos e queremos viver em um lugar que seja cinza, cheire mal, tenha o ar mais poluído da América do Sul e onde possamos passar ao menos quatro horas do nosso dia trancafiados dentro do carro.

Sim, eu sei que a cidade tem lá suas coisas boas mas aquilo tudo me deixou amarga. Mil perdões. Eu precisava compartilhar a minha irritação e para o azar de vocês, agora tenho o blog. Não costumo falar e muito menos escrever assim mas é um texto sobre São Paulo e, enfim, Sampa merece.

sábado, 10 de maio de 2008

Dança

A minha relação com a dança é uma coisa estranha.

Eu comecei a dançar há tanto tempo que as minhas primeiras apresentações nem pertencem às minhas memórias acessíveis. Eu sei que dancei aquilo por que me vejo nas fotos, e só. Também não me lembro da minha primeira sala de aula, dos primeiros passos. Tenho apenas uma vaga sensação de que ela existiu, vejo um pedaço da escada, um sorriso da tia Nanda. Tudo difuso e distante.

Com três aninhos de idade eu grudava na TV toda vez que via uma bailarina de tule. Eu também não me lembro disso, mas a minha mãe diz que eu nem piscava. Ela podia fazer de tudo, até dizer que a comida estava na mesa que eu nem dava bola. E olha que a minha relação com os comestíveis sempre foi intimíssima.

O ballet superava tudo.

Ela caiu então na besteira de me levar para ver, ao vivo, a apresentação do Lago dos Cisnes. Não sei se pela genialidade da coreografia do Petipa, se pela dramaticidade da história ou se pela música absolutamente perfeita de Tchaikovsky, pirei na batatinha e não sosseguei até ela me matricular em uma escola que me ensinasse a fazer aquelas coisas fantásticas. Eu queria ser bailarina e ponto.

Comecei empolgadíssima. Levava tão a sério que devia ser uma chata insuportável. A professora mandava dançar com a cabeça para cima, eu me esticava toda; pedia para seguir o ritmo da música, eu contava alto para que as coleguinhas tapadas seguissem também. Nos dias em que por qualquer infortúnio eu tinha que faltar à aula, meu-Deus-do-céu: terceira guerra mundial dentro da minha casa.

Os anos foram passando e eu continuei dançando, mas aquele fogo todo foi diminuindo, a empolgação desaparecendo à medida que as injustiças do ballet me foram apresentadas, paulatinamente. Eu não sobrevivi à ditadura do físico perfeito, o ballet profissional não era para mim e eu não era para ele. Deal with it.

Àquela altura a dança já estava em mim e ao invés de desistir eu resolvi diversificar. Fiz um pouco de tudo, aprendi a gostar dos outros estilos a ponto de me perdoar por não ter sido a bailarina de tutu que eu havia idealizado. Esqueci um pouco do ballet e ele de mim.

As responsabilidades da vida adulta se acumulavam nas minhas costas e eu percebi que não seria bailarina, com ou sem tutu. Fazer o quê? Eu precisava daqueles movimentos em mim, eu precisava da música no meu corpo, guiando os meus músculos e a minha respiração. Segui dançando sem maiores pretensões. Eu dançava por dançar.

Há alguns anos fui parando, parando... Parei. Me afastei e segui com a vida que eu tinha construído, mas não havia um dia sequer em que eu não sentisse falta da sensação de dançar.

Dançar faz parte de mim e o mais engraçado é que eu nunca danço quando estou sozinha. Sabe aquela coisa que todo mundo faz, que aparece nos filmes e nas propagandas alegrinhas da TV? Eu não faço. Não danço pela casa, não danço no chuveiro, não danço na frente do espelho. Não rola. Simplesmente não tenho vontade e não me pergunte o porquê. Ao mesmo tempo, quando dançava por aí, teatro cheio, refletores, buchicho nas coxias, eu dançava sozinha. A melodia começava e eu só existia. . Meu corpo se lançava por conta e me levava com ele para um lugar familiar em que tudo é simples e nada mais importa. A música me dizia o que fazer, eu só obedecia. E desfrutava.

Há pouco parei de me contrariar e voltei a dançar. Uma hora e meia, duas vezes por semana – melhor do que nada. É a minha natureza e não se pode fugir do que se é. Estou em casa no meu corpo novamente.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Campainha

Dia desses, por coisas do amor de um grande amigo meu, tivemos eu e ele que apelar para um dos hits das brincadeiras infantis de nosso tempo: tocar campainha e sair correndo.

Foi divertidíssimo. Ainda mais porque agora tínhamos aparatos muito mais desenvolvidos. Nada daquela correria desenfreada pela rua, com direito a joelho ralado no asfalto, esconderijo na moita de espinhos e vizinha mal humorada gritando pela rua. Fomos profissionais. Deixei o motor ligado, fizemos a “entrega”, entramos desembestados no carro e saímos como se nada tivesse acontecido. Depois retornamos, passamos novamente em frente ao alvo, observamos a reação causada e seguimos, ofegantes, cheios de adrenalina e rindo como loucos.

Incrível como é fácil e divertido ser criança quando somos adultos. Os brinquedos são melhores e mais aparelhados (temos carros, motos, GPSs, celulares e por aí vai), não há (normalmente) a possibilidade de surras ou horário limite para parar de brincar. Somos donos de nosso tempo, de nossas coisas, de nossos narizes.

O problema é que somos donos de tudo isso mas não dominamos mais o riso fácil, descompromissado, inocente. Esquecemos dos prazeres simples e sinceros das brincadeiras infantis na busca por conteúdo, significado. O corpo é o mesmo, espichado, a alma é a mesma, presa lá dentro, mas algo mudou. A imaginação por si só não é mais suficiente para garantir a viagem.

O episódio da campainha me mostrou, entretanto, que as coisas mudam porque queremos assim. A graça dos prazeres infantis continua lá, apenas não lhe damos espaço.