Eu tenho saudade de sentir as suas ranhuras nas minhas mãos, de sentir o seu peso, as suas formas, as suas reentrâncias. Tenho uma saudade imensa da sua aspereza.
Sinto falta do seu cheiro amargo, único, inconfundível. Das suas idas e voltas, das suas viagens longas e loucas para depois retornar, livre, às minhas mãos.
São tantas as lembranças, tantos os caminhos percorridos. Tantos os meus enganos e desvios, apenas com o intuito puro e certo de levar-te ao lugar a que pertences, ao centro do círculo, ao inacreditavelmente acessível ponto final.
E foram tantos os acertos. Tantos os deleites, os gritos eufóricos, os punhos cerrados, tantas as alegrias momentaneamente infinitas quando superamos, lado a lado, os obstáculos sedentos vindos incansavelmente em nossa direção.
Ainda me lembro do seu som durante o caminho, do seu som ao atingir o ápice. Fecho os olhos e ouço-o ao fundo, sorrio. Me lembro de tudo. Quero mais, não posso. Não tenho mais meios.
Tento te substituir. Tento. Não posso. Me lembro de tudo. Então te acho, te busco, te toco. Ensaio um retorno, me permito, me lanço, me sacio nas tuas ranhuras, apenas para ser lembrada, no dia seguinte, de que não posso mais. Não tenho mais meios. E te perco, até o próximo retorno.
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2 comentários:
Valendo Ceeeeeeeeeeeem Reais!
Fácil matar essa hein??!!
Já matei, hihihi.
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