terça-feira, 11 de agosto de 2009
A Volta, Seu Orlando e Santa Teresa
OK. Back in business por aqui.
Vida danada de boa essa. Rio, Veadeiros, samba no morro, água fria de cachoeira, corpo doído e pele ralada de trilha, festa, festa, festa, queridos por todo lado sem dia nem hora marcada, fotos, música, dança de balada, dança que eu nunca dancei.
A minha vida anda um fim de semana muito do movimentado e por isso a ausência sentida. Fala que o motivo não é bom?
Fato é que não me falta coisa para contar, reflexão para dividir e história para compartilhar. A listinha está enorme e já não cabe mais nos papéis de bloquinho. Bora colocar o papo em dia minha gente.
Para começar, seu Orlando.
Seu Orlando é um senhorzinho de oitenta e poucos anos que a gente encontrou lá no Rio, no miolo de Santa Teresa em dia de samba no morro. Todo domingo rola um samba de primeira na praça, samba pelo samba mesmo, organizado pelos moradores que são todos musicais. A energia vem de uma extensão puxada da casa mais próxima, os caldinhos e a bebida são vendidos improvisados no banco da praça forrado de toalha xadrez, o público vem chegando da vizinhança que se conhece toda e se trata pelo nome e pergunta da saúde da vó e do time de futebol.
Adorei aquilo. Uma vilinha charmosíssima com o astral de 50 anos atrás, no meio daquela maluquice que é o Rio que eu conhecia. E mais: o seu Orlando. Pés e juntas que há oitenta e poucos anos passeiam por aqui, dançando que nem criança, mão no joelho, abaixadinha, samba no pé e na alma em cima daqueles paralelepípedos que já viram de tudo. Eu fiquei besta com a alegria e a disposição daquele homem bebendo Fanta e sambando bonito, da hora que a gente chegou até o último repique do tamborim. E tem gente que com 50 anos a menos não tem a alegria de se jogar, não deixa o samba entrar e passa o domingo vendo videocassetada na TV.
Santa Teresa é definitivamente demais. Para entender o espírito daquele lugar, para saber mesmo do que eu estou falando, não precisa mais nada, nadinha, a não ser entrar na roda para ver o seu Orlando sambar.
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