Aproveitando o gancho do post anterior, Café com Queijo é uma peça que certamente já espalhou muita moedinha por aí.
O trabalho do Lume é lindo, resultado de uma viagem feita pelo norte do país em que eles conheceram muita gente, viram de tudo, comeram de tudo (até café com queijo...) e criaram um espetáculo de retalhos, uma colagem das figuras pelo caminho, uma representação super sensível daqueles homens e mulheres e suas histórias, vozes, cantos.
O gestual impressiona. A face, a curvatura da coluna, os movimentos da mão, o timbre, o sotaque, os dedos do pé, tudo muda a cada pessoa ali apresentada, a cada pessoa que entra no foco e fala com você olhando no olho, cantando, contando causo.
Sentados em círculo, bebendo da cachaça distribuída e cantando junto, nós, o público, escutamos e interagimos com as figuras trazidas de longe por aqueles atores geniais, olhares espalhados pela sala se cruzam, se reconhecem e compartilham seus próprios cantos e causos. A colcha de retalhos colorida ao redor, envolve e delimita, agrega e ilumina.
Dez anos depois de sua criação, Café com Queijo tem um frescor e uma verdade impressionantes. Aquelas figuras estão ali conosco, vivas, passe o tempo que for. O segredo? Para mim é um trabalho porreta de ator, o exercício diário da busca dos porquês e a lembrança de homens e mulheres que provavelmente já se foram, mas que a cada vez que se acendem as luzes rodeadas por aquela colcha de retalhos, voltam a existir, a contar seus causos e a inspirarem gente, enquanto a peça acontecer, por onde Café com Queijo passar.
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2 comentários:
Lindo mesmo este espetáculo. Poético que até dói. Quem não viu, precisa ver, né não?
Precisa Luli.
Lindo de doer.
Bjsssss
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