quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Chuva

Adoro chuva forte. Pé d’água mesmo, adoro. Sempre gostei. Viro a poltrona para fora e olho a água caindo, nariz no vidro embaçando a vista.

No décimo terceiro andar eu não consigo sentir o cheiro da terra molhada que subia e tomava tudo na casa dos meus pais. Aqui é só o cheiro da chuva, o ar úmido e diferente que anuncia o temporal.

Se não sinto, vejo mais terra do que quase todo mundo. Da minha casa eu observo do alto a casa da cidade inteira ficar molhada, vejo o preto da rua virar prateado, as árvores dançando enlouquecidas a dança que lhes leva as folhas, os frutos e às vezes os galhos. Elas dançam mesmo assim. Felizes.

Eu só fico, só, imóvel, observando tranqüila a transformação das coisas. As pessoas se escondem, os carros param, as luzes somem, o vento canta alto em várias vozes enquanto a minha rua se afoga na corredeira que leva lixo, lava terra, limpa o caminho por onde eu passo toda manhã.

Eu aqui, segura e aquecida me encolho no meu canto enquanto o mundo se chacoalha ao meu redor, sensação de paz no meio da torrente, em pleno vendaval.

2 comentários:

Candice disse...

Ai Ju, eu por sua vez NAO AGUENTO mais chuva hehehe...
Sem contar nossa experiencia sobrenatural ano passado no meio da tempestade, ui!
Saudade, falta 1 dia!
bjos

Ju Hilal disse...

Hehehehehe
Que bom que você chegou, Can!
Nem me fale daquele dia maldito. Eu não sabia o que acudir primeiro: você no meio da enxurrada, o Lu encharcado e assustadíssimo ou a minha casa alagada...Ai que nervoso...rs
Beijo querida!