Bar lotado numa quinta-feira à noite na capital. Tá, não lotado-apinhado. Cheio, vai. Sem cadeira vazia.
A única garçonete do pedaço rodava que nem barata entre as mesas à nossa volta. Nós doidos para pedirmos alguma coisa. Ela, finalmente, com muito custo, chegou até nós.
- Moça, posso te fazer um pedido?
- Não.
Ãh?
Várias sobrancelhas arqueadas junto com cantos de boca. Menos a dela que continuou na mesma.
- Não?
- Ai, agora não. Eu já volto, tá? Disse sumindo para o limbo das outras mesas.
A gente se olhou e riu. Caraca, que figura. Nós ficamos ali, de castigo, esperando a vontade da criatura de nos atender. Se a moda pega.
Voltou depois de algum tempo com dois cardápios, anotou os pedidos e picou a mula. Espera, espera, espera. Chegam os bebes, chegam os comes.
- Moça, você poderia me trazer mais dois garfos, por favor?
- Dois não, moça, eu trago um, pode ser?
A minha melhor cara de ué apareceu por conta própria. Eu ri, ainda imaginando que ela poderia estar brincando. Bobinha eu. Não estava.
- Sério? Só um?
- É o que eu consigo, moça.
- Então tá, traz um por favor.
A gente morreu de rir, não acreditando no descaramento daquela pessoa. Se essa depender de 10% para viver, vai morrer à míngua, coitada. Como garçonete ela é uma ótima qualquer outra coisa.
Em tempo: estamos esperando o garfo até agora. Óbvio que não chegou. Nem um, nem dois, nem nada. Comemos os quatro com o único garfo solitário que conseguiu chegar à nossa mesa junto com os pratos. A moça era mesmo boa.
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