sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A Pior Garçonete do Mundo

Bar lotado numa quinta-feira à noite na capital. Tá, não lotado-apinhado. Cheio, vai. Sem cadeira vazia.

A única garçonete do pedaço rodava que nem barata entre as mesas à nossa volta. Nós doidos para pedirmos alguma coisa. Ela, finalmente, com muito custo, chegou até nós.

- Moça, posso te fazer um pedido?

- Não.

Ãh?

Várias sobrancelhas arqueadas junto com cantos de boca. Menos a dela que continuou na mesma.

- Não?

- Ai, agora não. Eu já volto, tá? Disse sumindo para o limbo das outras mesas.

A gente se olhou e riu. Caraca, que figura. Nós ficamos ali, de castigo, esperando a vontade da criatura de nos atender. Se a moda pega.

Voltou depois de algum tempo com dois cardápios, anotou os pedidos e picou a mula. Espera, espera, espera. Chegam os bebes, chegam os comes.

- Moça, você poderia me trazer mais dois garfos, por favor?

- Dois não, moça, eu trago um, pode ser?

A minha melhor cara de ué apareceu por conta própria. Eu ri, ainda imaginando que ela poderia estar brincando. Bobinha eu. Não estava.

- Sério? Só um?

- É o que eu consigo, moça.

- Então tá, traz um por favor.

A gente morreu de rir, não acreditando no descaramento daquela pessoa. Se essa depender de 10% para viver, vai morrer à míngua, coitada. Como garçonete ela é uma ótima qualquer outra coisa.

Em tempo: estamos esperando o garfo até agora. Óbvio que não chegou. Nem um, nem dois, nem nada. Comemos os quatro com o único garfo solitário que conseguiu chegar à nossa mesa junto com os pratos. A moça era mesmo boa.

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