Na manicure semanas atrás:
“Gente, vocês viram que vão lançar um filme novo do Indiana Jones?” disse eu mega empolgada.
“Indioque?”, manicure 1.
“Indiana Jones, vocês não ouviram falar?” eu de novo.
“Indioana Jonis?” manicure 2. “O que é isso?”
Meu mundo caiu. Seria possível? Eu nunca imaginei haver uma pessoa vivendo em sociedade que não conhecesse um dos meus maiores ídolos de infância, Mr. Jones. A figura do arqueólogo charmosão, com seu chapéu Cury e seu chicote, enfrentando vilões bigodudos em busca de artefatos escondidos nos mais longínquos e perigosos locais do planeta desde sempre povoou minhas brincadeiras reais e cibernéticas (sim, eu tinha o joguinho do Indiana para PC e sim, a tela ainda era verde naquela época...) e me levava à loucura a cada nova película.
Ainda me lembro da primeira vez em que assisti a um filme do Indy. Não foi no cinema, eu era muito pequena. Vi em casa, no vídeo cassete que àquela época era um must da tecnologia. Foi o do “Templo da Perdição”, aquele das pedras sagradas e do cérebro de macaco. Um clássico delicioso. Nem preciso dizer que fiquei alucinada. Aquilo era aventura de verdade, eu queria viver como ele e fazer todas aquelas coisas (exceto a parte do cérebro de macaco...). Os filmes do Indy eram mesmo uma festa para uma criança com a imaginação a mil. Vi depois os outros dois, um melhor que o outro, com direito a Sean Connery, arca dos dez mandamentos e Santo Graal. O máximo.
Naquela época, o herói era assunto em todas as rodas, de intelectuais a bêbados no buteco, figurinha carimbada na mídia e tema de lancheiras, toalhas, cadernos e mais uma penca de produtos de marketeiros oportunistas. Não havia cristo que não conhecesse Indiana Jones. Impossible. Ele era tão conhecido quanto a Madonna, o Michael Jackson e o presidente dos Estados Unidos.
Pois o tempo voou e eu nem percebi que isso tudo aconteceu 19 anos atrás. A minha manicure 1 é mais nova que isso. Susto.
Mas ora bolas, independentemente do período decorrido, na minha cabeça Indiana Jones ainda era diversão obrigatória para as crianças e os adolescentes de hoje em dia, afinal, a Sessão da Tarde está aí para isso e os filmes são bons demais para caírem no esquecimento.
A minha dupla de manicures me provou errada. Elas não tinham nenhuma referência sobre o herói vovô. Eu ainda tentei:
“Aquele do chicote e do chapéu, da arca perdida...”
Nada. Decidi apelar para a musiquinha.
“Aquele com o tema tan tarantân, tan tarân, tan tarantân, tan tarân tân tân...”
Nada. Eu estava ficando sem idéias.
“Aquele do Harrison Ford.”
“Harrison Ford? O que mais ele fez?” me disse a manicure 2 sem a menor cerimônia. Pensei em desistir, a minha indignação não deixou.
“Deixa eu ver... (ele fez Indiana Jones, caramba!) Blade Runner, Jogos Patrióticos, O Fugitivo, o remake de Sabrina...” Jesus, pensei.
“Força Aérea 1...”.
“Sei, aquele do avião do presidente? Passou na Globo.” lembrou-se vagamente a manicure 1.
“Isso, o do avião. O presidente é o Harrison Ford” disse eu, aliviada.
“Ah, ele não tá meio velho para fazer um herói?”
Que audácia.
Um herói do naipe do Indiana só melhoraria com o tempo, pensei. Achei melhor não dizer mais nada e deixar o assunto morrer. Não valia a pena.
“É, pode ser...”
Algumas semanas se passaram e há dias a mídia só fala de Indiana Jones. Ele virou filet mignon novamente e está em tudo: internet, TV, cinema, jornais...
Amanhã vou fazer as unhas e quero ver alguém não conhecer Indiana Jones. Tudo está em ordem no mundo do entretenimento novamente.
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2 comentários:
Dona Ju, vc já experimento cérebro de macaco? Será q não é bom?
Hahahahahahahaha, não resisti. Vc sabe q é brincadeira!
Eu me lembro q tinha um caderno do Indiana Jones, era dourado e o graal brilhava. O máximo!
Besos
Juhi, como assim?? 10 dias sem produção? nos faz gostar do blog, 'viciar' e depois nos deixa na mão?? rs...
beijocas,
Cris.
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