A minha aula de dança contemporânea é uma piada.
Toda terça e quinta fim de tarde é hora de me matar de rir e de quebra mexer o corpitcho.
A turma é ótima: duas ex-professoras minhas que dançam desde que o mundo é mundo e já têm a tranqüilidade para curtir a dança de um jeito mais sussa, um figura engraçadíssimo que só fala besteira e um outro figura meio quieto que chegou faz pouco tempo e ainda se assusta com as nossas porralouquices.
A professora? Olha o naipe:
“Ju, tem que deixar a perna nesse final.”
“Como assim deixar a perna? Como?”
Ela vira, pega um martelo gigante que estava do lado do som e vem na minha direção, instrumento ameaçador em punho.
“Assim ó.”
Só risada, lógico.
O tal martelo, aliás, é figura carimbada nessa aula. Quem já fez contemporâneo sabe que a gente fica bem íntimo do chão nos movimentos. Tem que rolar, escorregar, pintar e bordar deitado, sentado, e qualquer preguinho solto pode fazer um estrago federal. Pois volta e meia um sai da sala desembestado atrás do tal martelo para macetar algum prego desgarrado e é óbvio que isso não passa despercebido e vira motivo de piadas homéricas.
Tudo, aliás, vira piada. A gente passa metade da aula falando besteira e a outra metade rindo do que foi dito. Um completa a zoação do outro e assim a gente segue, feliz da vida. Nem sei como conseguimos montar a coreô do final do ano. E olha que ela é séria, densa, música profunda e sentida.
Na boa, vai ficar linda. Vamos estar compenetrados e preenchidos e sinceros e dançando com a alma, mas lá no fundo, bem no fundinho, vamos estar é gargalhando de tudo que já rolou durante a criação dessa coreô. Isso se ninguém entrar com o tal martelo. A ver.
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3 comentários:
Juuuuu, quero mto ver no fim de ano, e de mais seus textos! Adooooro!
Virei Fa!
Beijao
Oi Adê, obrigada querida.
A apresentação vai ser na segunda, dia 8/12 no Centro de Convivência.
Depois te passo os detalhes.
Beijão
Puxa! Saudade das aulas de contemporâneo que deram um upgrade na minha postura e nas minhas aulas... saudade do centro de dança da cidade... ai ai ai. Um dia, eu juro que um dia eu volto! Queria te ver dançar!
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