terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Mestre Cuca

32 anos nas costas e eu ainda me surpreendo com a minha desenvoltura fantástica na cozinha.

Jesus.

Nos últimos dias, por uma conjunção rara de fatores, tenho comido muito em casa. Também por uma conjunção não tão rara de fatores – preguiça e falta de tempo de ir ao supermercado – os itens já usualmente parcos dos meus armários resolveram desaparecer, restando o bom e velho miojo de legumes, a seleta com milho e o atum. OK, 2, 3 dias, vá lá, no quarto dia eu já estava verde só de pensar nessas iguarias e resolvi variar.

Variar diante das prateleiras da minha cozinha significa brigadeiro, sucrilhos ou macarrão Barilla com molho de tomate. Como almoçar brigadeiro ou/e sucrilhos é um pouco tosco demais, até para os meus hábitos, resolvi encarar o tal macarrão.

O processo traumático já começou logo de cara. Alguém pode me dizer como é que se esquenta e tempera o molho sem queimar a mão e o braço com os malditos respingos do babado? E nem me venha falando em colocar tampa porque é preciso mexer, certo? Resultado: salseiro de Salsaretti no meu fogão todo, tão novinho tadinho... Ficou traumatizado o pobre utensílio. Nunca é utilizado e quando é, dá nessa nhaca.

Apesar do chafariz tomatélico eu fiquei toda feliz quando montei o meu pratinho oval: macarrão al dente com molho bem temperado no centro, quentíssimo. Prato de revista.

Na hora de pegar o prato para comer, o que acontece? A belezura aqui graciosa e literalmente entornou o caldo. O caldo, a massa, o prato, e se tivesse mais alguma coisa por perto, teria entornado também. Crap, crap, crap.

Cara....ca. OK, respira, entoa uma música da Enya, conta até 32, pega o pano, 2 panos, o lixo, limpa a mancha vermelha grotesca e a cascata de espaguete da escada caracol, respira, xinga os malditos chineses que inventaram o macarrão e os italianos disseminadores da meleca vermelha à base de tomate. Respira e pensa nas opções: 1. delivery; 2. Mcdonalds; 3. não se deixar vencer e refazer o gororoba.

There you go. 3 it is.

Toca a lambuzar tudo de novo e montar o pratinho, segurando dessa vez cuidadosamente com as duas mãos para que nenhum acidente ridículo voltasse a acontecer.

E então, aconchegada no conforto do meu sofá e prestes a saborear a minha criação, eu percebi que tinha virado um dálmata em tons de vermelho, com pingos e respingos da cabeça às coxas. Fala sério.

O que era para ser um macarrãozinho rápido virou uma novela mexicana. Eu sou mesmo um ser de talento insuperável quando se trata da arte culinária. Ainda bem que eu sei muito bem disso e não me aventuro. A integridade física do meu prédio e quiçá do meu quarteirão agradece.

Mas ficou gostoso, viu. No ponto de sal, de cozimento... Delicinha mesmo. Só não me pede para fazer de novo. Não vai rolar.

Obrigada Senhor pelos pratos prontos da Sadia.

4 comentários:

Fernando Martins disse...

Tava lendo seu post sobre a acupuntura auricular.... vc é de sp? poderia indicar aonde vc fez?
abs
FH
fhmartins@gmail.com

Menininha bossa-nova disse...

Julis... da próxima vez, vc pode ligar pra Tati Rocha. Ou pra mim. Sei lá. Qualquer coisa, menos você na cozinha.

Carô disse...

A melhor solução, sempre achei, seria uma tampa do tipo pipoqueira :-)... Lindas as fotos que você fez da Tati, Juliana!

Ju Hilal disse...

FH, mandei a referência do meu terapeuta para o seu e-mail.
Ai Jupinha, olha que eu ligo ein...
Huummmm...fome...rs
Oi Carô, bem vinda! Adorei a idéia da tampa tipo pipoqueira...rs
E que bom que você gostou das fotos. Obrigada.
A Tati arrasa né?
Beijão