Paro. Olho à frente e duas luzes brancas fortes se cruzam na minha direção.
Meus olhos embaçam e eu foco nas palavras já tão familiares circulando pelo espaço.
Um calor aconchegante nas minhas costas, nuca, quadris me chama a atenção e é só ele que sinto por alguns instantes. Arrepio pelo contraste da pele nua e fria com o quente que de repente me circunda.
Uma garrafa de vinho contra a luz. Reflexos de luzes brancas e negras em arames retorcidos. Uma rosa vermelha na penumbra.
Uma grande sombra alongada escorre pelo tapete vermelho aos meus pés e se movimenta, braços abertos traduzindo em dança as tais palavras familiares.
Vertigem.
Sumo. Uma sensação de dormência, tontura, queda. Todas as noites. A pausa do corpo e o foco nos estímulos me abrem os poros. Vulnerável, sinto que vou desmaiar, cair ali mesmo no palco, interrompendo a cena, fazendo-a diferente.
Não sei, não explico. Só sinto e reproduzo aqui a sensação, que assim como chega, some no ar, a ação da cena me chamando e diluindo tudo.
Até a próxima noite.
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Um comentário:
Lindo, Juju!!!
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