quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Folhetim Vagabundo - História 4, Capítulo 3




Essa história começa aqui: http://portudoquesinto.blogspot.com/2009/10/folhetim-vagabundo-historia-4-capitulo.html

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Tudo começou três anos, dois meses e vinte e um dias antes, naquele fatídico 29 de setembro de 2009. A idéia aparentemente inofensiva, a proposta irrecusável, chegou por e-mail para os escolhidos que a acataram sem terem a menor noção de onde estavam se metendo, do caminho que trilhariam a partir dali.

A aceitação da proposta havia sido o divisor de águas nas vidas daquelas seis pessoas, o ponto de virada, o início de uma jornada fantástica jamais imaginada.

A proposta? A criação de um folhetim semanal escrito a 12 mãos, um autor por dia continuando a história escrita até então. Nascia naquela data o revolucionário Folhetim Vagamundo.

Acontece que o projeto alcançou instantaneamente uma popularidade nunca antes vista. A genialidade das histórias, o formato atípico, os desvios de pensamento, as mentes brilhantemente deturpadas, os temas esdrúxulos, os elementos recorrentes e a forma de inteiração entre os autores arrebataram e arrebanharam leitores em todo o globo. Os capítulos diários passaram a ser aguardados ansiosamente pela gigantesca e crescente legião de seguidores fiéis. Revistas, documentários, encartes jornalísticos, filmes hollywoodianos, grupos de discussão, páginas na Wikipedia, tablóides, programas de TV e uma infinidade de formatos de mídia dedicaram-se a cobrir incansavelmente o projeto. Os textos, escritos originalmente em português-brasileiro, passaram a ser traduzidos para milhares de idiomas e dialetos e lidos em todos os confins do planeta.

Diz-se inclusive que a ânsia generalizada pela leitura do famoso folhetim levou a Internet a lugares até então desprovidos de conexão. Sim, o folhetim espalhou o progresso, ampliou mentes, quebrou paradigmas e transformou os 6 escritores em ídolos mundiais, mais conhecidos do que Madonna, Michael Jackson, o Papa, a mulher melancia, o Obama e a Barbie juntos. As mentes brilhantes e as personalidades cativantes, aliados aos dotes físicos inquestionáveis dos autores, transformaram-nos nas celebridades mais cultuadas do universo, verdadeiros líderes popintelectuais com direito a bonequinhos articulados, álbuns de figurinhas e fã clubes enlouquecidos.

Para não se entediarem com o folhetim, os 6 magnânimos decidiram ao longo do tempo desafiarem-se, sacaneando-se mutuamente, provocando-se e colocando-se em situações aparentemente insolúveis. Assim, os capítulos passaram a contar com finais absolutamente inesperados, com a conjunção de objetos sem nexo como frutas estragadas, partes de animais, líquidos com lactobacilos vivos e instrumentos inusitados. A cereja do sundae passou a ser, então, a sinuca de bico criada e a expectativa pela saída para o imbróglio a ser proposta pelo próximo participante.

Nos três anos que se seguiram o projeto continuou a todo o vapor, aproveitou o potencial inesgotável daquelas mentes brilhantes e extrapolou as fronteiras da escrita, criando obras fantásticas variadas como sinfonias, esculturas, castelos de areia, musicais da Broadway, quadros de pontilismo, cartoons, coreografias, peças de teatro, ballets de repertório e ainda desvendando a maioria das grandes questões não resolvidas da humanidade. Até onde se sabe, mesmo os críticos mais exigentes passaram a dividir a história da arte em antes (Era Clueless) e depois do folhetim (Era Vagamúndica).

Ocorre que em 2012 o medo do fim do mundo se espalhou pelo planeta. Tudo culpa de uma profecia do avançadíssimo calendário Maia e da história número 3 do Folhetim, aquela clássica do sonho de Deus. Pois é, o bicho pegou e a humanidade pirou na batatinha mesmo. Pânico generalizado. Caos. De acordo com a profecia a data fatídica seria 21 de dezembro de 2012. O que lhes restava como último recurso? Pedir arrego às 6 mentes folhetinescas, aos líderes intelectuais, aos únicos que poderiam com o seu brilhantismo reinventar a roda, desvendar o mistério e, na pior das hipóteses, deixar como legado uma última obra de arte tão perfeita e bela que seria tida pelo porvir como o emblema de uma raça extinta avançadíssima.

O que nos leva de volta às 11:01 daquela manhã de 20/12/2012...


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Continua aqui: http://impressoesemdesalinho.blogspot.com/

2 comentários:

Maíra Colombrini disse...

Preciso entrar no blog do folhetim e começar do começo... andava meio doida prestando o mestrado (que aliás eu não passei...)

Bjs e saudades!

Helena... disse...

hahaha vcs estão viajando MESMO hahha Obama, mulher melancia, 6 mentes brilhantes, 2012... medoooooooo hahaha adorei Juju, quero ver logo oresto!!!

bjo