quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Aquela Noite

A mão da minha avó no meu braço esquerdo, minha sobrinha no direito. O Luke e o cachorro do vizinho à frente cheirando e regando todos os cantos do caminho. Meu pai assobiava entre uma e outra piada infame, daquelas que só ele sabe contar. Eu sorria um riso calmo, sem esforço, enquanto me apropriava daquela sensação. Que noite.

Eu sou apaixonada pela minha avó desde que nasci e pela minha sobrinha desde que ela nasceu. Meu pai é um dos meus grandes ídolos, exemplo, companheiro, grande homem. Meu cão é uma alegria constante, amor puro, incondicional.
Que família linda.

Eu segurava forte o braço da minha avó, fechava os olhos e pensava que eu não queria que aquele passeio acabasse nunca. Eu queria que aquela noite ficasse comigo para sempre, calorzinho bom no peito e paz de me sentir em casa.

O tempo passou e a noite acabou como tinha de ser. De alguma forma, porém, ela vai ficar comigo. O braço da minha avó querida, o sorriso da pequena, o assobio do meu pai e a alegria do Lu vão sempre estar ali, naquele passeio, todo o tempo que eu quiser, todas as vezes que eu assim desejar.

Os sentimentos que as pessoas nos trazem, uma vez sentidos, são nossos, estejam elas conosco ou não. Os sentimentos são eternos enquanto quisermos que assim sejam. Essa noite vai ser. Ela, aquela paz e o tal calorzinho no peito. Alguns momentos são tão simples e tão inesquecíveis.

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