quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Até Você Dormir

Eu vou ficar com você até você dormir”. Mãos dadas, dedos escorregando de leve pelos cabelos longos, olhos de ternura.

Essa foi a cena de um filme que vi esses dias, ótimo, carregado de entrelinhas, personagens vivos, cheios de camadas. Coisa de gênio. A cena me tocou de um jeito estranho. Na verdade me lembrei das vezes em que tinha ouvido essa mesma frase nessa mesma situação. Lembrei da sensação, daquele calorzinho no peito, da segurança, do conforto e da paz de ter alguém que te ama te vendo dormir e ninando você.

Que importância têm esses momentos na vida da gente. Não são grandes acontecimentos, não mudam os rumos, não tremem o mundo, mas são o tempero que dá graça a essa viagem de grandes objetivos, o nosso respiro, o alívio para essa sombra de solidão que permeia o humano entre o chegar e o partir.

Passei o dia pensando nisso, nas vezes em que fui cuidada assim pela minha mãe, pelo meu pai e por outras pessoas que compartilharam comigo esse carinho e me senti tão privilegiada e ao mesmo tempo muito só. Serzinho complicado esse aqui. Peito grande demais, cheio de reverberações. As coisas eram tão simples na época do ninar pela mamãe...

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