terça-feira, 30 de setembro de 2008

Círculo no Curta

“Ju, eu gostei muito de um texto seu lá do blog, o “Círculo”. Tô pensando em usar como linha narrativa no meu novo curta, você autoriza?”.

Ele me pegou de surpresa. Adorei a idéia, lógico, o que me surpreendeu foi o texto escolhido ser justamente, o “Círculo” (
http://retalhosdejulianahilal.blogspot.com/2008/06/crculo.html). Sabe uma coisa que você escreve em um momento muito particular, inspirado por uma situação única e com um destinatário certo, só seu? O “Círculo” é assim. Foi inspirado por algo tão especificamente meu, tão singular e diferente de tudo o que as pessoas normalmente imaginam que a idéia do curta foi realmente uma surpresa.

É muito louco isso de você colocar no mundo uma coisa e de, uma vez fora de você, essa coisa ser interpretada de formas tão distantes da sua, tão múltiplas e díspares quanto as pessoas que a absorvem, digerem, somam aos seus eus e a transformam. Cada leitor cria o seu Círculo, que nada, mas nada mesmo, tem a ver com o Círculo original, aquele que eu redigi. Esse é, na verdade, o grande barato da coisa.

Volta e meia as pessoas me perguntam sobre a minha real motivação para escrever aquilo e eu rebolo, rebolo e não digo. Digo que prefiro não dizer. A minha motivação, o meu destinatário foi somente o gatilho da criação. Serve a mim e só. Para quê restringir a sua leitura e o seu livre entendimento? Eu quero mais é que o Círculo seja tão meu quanto seu, quanto do meu amigo cineasta, quanto das pessoas que assistirem ao curta, quanto dos leitores do blog e de onde mais ele circular.

Fato é que se a minha real motivação fosse conhecida, o texto certamente não seria usado como linha narrativa do curta, ao menos não de um curta dessa natureza. Três pessoas além de mim sabem do seu significado original, os demais lêem e imaginam. Os que me conhecem, tentam encaixá-lo na minha história, os que não, viajam. Outros tantos verão o curta e pensarão que aquelas palavras foram escritas tendo em mente as imagens projetadas. Melhor assim. Que a arte seja mesmo múltipla, instigante e metamorfoseada a cada novo participante desse projeto a tantas mãos, que se inicia na criação e nunca, jamais, se encerra.

3 comentários:

Eduardo disse...

É, amore!
Uma vez fora de nós, nada é mais nosso!

Beijos

Maíra Colombrini disse...

Você é muito chique!!!
Adorei o circulo tb e acho que vai ficar um curta bacana. Quando ficar pronto eu levo a pipoca.

Bjs

Anônimo disse...

EU SEIIIIIIIIIIIIIIIII...e pagando bem, eu CONTO!!!...uhauahuahuahau
E ó...matei na primeira linha, nem frase foi! hahahaha
Aliás, devia ter uma espécie de prêmio para quem acertar.