O gato chorava a separação da mãe. Gritava alto sabendo que ia para nunca mais.
Eu ouvia e pensava que esse mesmo gato desesperado estaria em alguns dias feliz, satisfeito e perfeitamente aconchegado na casa do estranho, que em breve seria sua, e ele, seu companheiro fiel.
Quantas vezes já não fui o gato desesperado. Outras tantas fui aquele feliz e aconchegado, tendo percorrido o caminho que inevitavelmente existe entre um gato e outro. Tudo parte das nossas sete mil vidas.
Hoje, agora, não sou nem um nem outro. Sou o gato passeando rebolante, curioso, no meio do caminho.
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2 comentários:
Será que um gato realmente sentiria falta da mãe se tivesse comida? Sei lá... gatos me parece indepentes de mais para se apegarem a saudade.
Me liga quando souber o que vão fazer.
Beijão!
como gato, eu já andei gastando algumas vidas por aí. então quero aproveitar bastante as que ainda me restam.
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