segunda-feira, 25 de agosto de 2008

24 de agosto

24 de agosto, dia internacional do P.I. - vai vendo.

Acordamos na leseira total, aquela coisa que paira invariavelmente no ar em um domingo de sol.

Queríamos ir ao Street Jazz em Moema e à bienal do livro no Ibirapuera. Minha queridíssima amiga disse que às cinco da tarde seria o lançamento do novo livro da Elisa Lucinda e pretendíamos conferir e tietar. Antes de qualquer coisa, porém, ela (a minha amiga, não a Elisa Lucinda...) teria que fechar as médias dos seus alunos que ficaram de recuperação.

Faz uma planilha no Excel, muito mais fácil.” Sugeri.

Ai, Ju, não sei mexer nessas coisas.”

Eu faço prá você.”

Como as pessoas ficam de recuperação hoje em dia... Eita. Uma galera mesmo, uns quinze de cada classe, quatro turmas ao todo. Toca montar as planilhas, formatar, botar fórmula, digitar nominho por nominho (cada nominho...).

Terminamos lá pelas tantas e partimos rumo a Moema para curtir música boa na rua, comendo porcaria. Lugarzinho longe, Moema. Anda, anda, anda, erra um pouquinho, anda de novo. Chegamos. Infra montada, caixa de som prá todo lado, um monte de gente com camisa da organização e só. Chegamos na hora errada. O babado começaria às 16h e chegamos às 14h. Andamos um pouquinho por lá só para sentir o cheiro do jazz de prima que ia rolar naquele lugar dali a algumas horas, conversamos com uns e outros e pegamos o carro rumo ao Ibirapuera. Fazer o quê? Bienal, aí íamos nós.

Anda, anda, anda, fila gigante para entrar no parque, nada de vaga e um enxame de amarelinhos fazendo a festa das multas dominicais. Fila gigante de novo, procura, procura, achamos a nossa vaguinha. Nada como uma tarde de sol, domingo, no Ibirapuera. Gente prá todo lado, fila prá todo lado, bicicleta prá todo lado, você quase sendo atropelado por uma meio desgovernada...

Anda, anda, anda. “Moça, onde é a entrada da bienal?”. Ela olhou para nós com um gente louca estampado na testa e disse: “No Anhembi.”.

Estávamos varados de fome e no lugar errado. Perfect. Ok, Ok, vamos comer antes de qualquer coisa e depois a gente se manda para o outro lado da cidade para, dessa vez, ir à bienal. Restaurante do MAM. Um lugar delicioso rodeado de arte, com comida de primeira, gente interessante, clima agradabilíssimo e... Espera. Fila de espera, junto com uma hostess meio barraqueira-encrenqueira que quase tirou a gente do sério. Paciência, o dia já não estava lá essas coisas e uma luta corporal com a fulana no meio do restaurante do MAM não iria ser de grande ajuda.

Comidos e um pouco mais calmos, partimos rumo ao Anhembi para vermos o lançamento do tal livro e passear na feira. Anda, anda, anda. Lugarzinho longe de novo. Paramos o carro, anda, anda, anda. Entramos finalmente no pavilhão da feira. Já estávamos tão cansados que a sensação, ao invés de boa, foi um pouco desesperadora. Tanta coisa para ser vista, tanto acontecendo e nós lá, exauridos, querendo ver Telecine light embaixo do edredon. Ok, Ok, é a bienal, tem livro prá todo lado e tem a Elisa Lucinda. Vamos achar o estande e corre que já está em cima da hora.

Chegamos.

Elisa Lucinda? Foi ontem. Às cinco da tarde. Foi ótimo, muito legal mesmo...”

A moça continuou falando e a gente se entreolhava não acreditando naquele dia do inferno. Fala sério. Zicado é pouco para o nosso 24 de agosto. Acordamos fazendo planilhas, chegamos na hora errada para o jazz, no lugar errado para a bienal e no dia errado para o lançamento do livro.

Agora me pergunta se foi um dia bom.

Foi. Foi sim.

Por incrível que pareça, apesar de todos os desencontros, das furadas, dos erros de percurso, foi um dia divertidíssimo ao lado dos meus queridíssimos amigos-família. Morremos de rir das nossas idas estapafúrdias aos lugares errados nas horas erradas, rimos da bicicleta assassina, do cara de xana, dos meus tropeções no estacionamento, dos nomes dos alunos nas planilhas, das imitações de amigos com direito a registro fotográfico, das picuinhas com a hostess, do telefone para surdo, do Tawanda no Ibirapuera, das paródias com as músicas do Balão Mágico. Rimos com gosto das nossas desgraças e acabamos o dia juntinhos, os quatro, no sofá. O segredo é mesmo picar os limões e fazer a tal limonada bem adoçada com amigos queridos. Valeu meus amores! Que venha o próximo 24 de agosto.

5 comentários:

Menininha bossa-nova disse...

Oh fuck... pelo menos o saldo foi bom... assim me sinto menos culpada... Ju, eu não era assim!!! O que está acontecendo comigo??!!

Hehehe, eu queria pegar de porrada aquela hostess do MAM. Juro mesmo. E era cara de buceta, não de xana.

Vc esqueceu de dizer que, um dia antes, torcemos à toa pro Brasil...

Também gostei do nosso 24 de agosto. Ri à beça. Precisamos fazer de novo. Brigada da ajuda com as planilhas...

Beijão!

Menininha bossa-nova disse...

Já linkei esse texto no meu blog...

E "a moça" é a Pamela!!! Hahahaha, faltou vc dizer q ainda teve q ver a Pamela, hahaha... (quero as fotos, quero muito!).

Dan Torres disse...

Foi exaustivo e irritante, mas lendo seu texto as coisas melhoraram um pouco.

Bjos

Anônimo disse...

Á propósito, o que é P.I.??

Ju Hilal disse...

Oi Cris,
P.I. é o famoso Programa de Índio.
Dos bons.
Saudade, menina.
Beijos