Ela chegou linda. Uma princesinha toda de branco, vestido plissado, faixa nos cachinhos castanhos, sapato branco chiquérrimo e bolsinha pendurada de lado. Um charme.
Eu cheguei atrasada, lógico. Não atrasada, atrasada. Cheguei na hora para a cerimônia, mas perdi todas as instruções de coordenadas dadas meia hora antes aos padrinhos. Domingo de manhã... Paciência. Colei no Gabriel (o padrinho), perguntei as principais orientações e entrei na fila na porta da igreja.
Entramos. Ela se deslumbrou com o visual. Aquela igreja é mesmo linda. Toda rodeada de vitrais enormes coloridos, altar gigante cheio de brilhos. Luz entrando por todos os lados. Eu me deslumbrei. Ela nem piscava.
Sentamos, os cinco, no mesmo banco: eu, minha irmã, meu cunhado, o Gabriel e a piquita, e como não poderia deixar de ser, fervemos horrores. Qualquer dia ainda vamos ser banidos por mau comportamento de um desses eventos religiosos.
A Larinha, pelo jeito, puxou à família e era a mais desgovernada da trupe. Sem nenhuma cerimônia, falante que só ela, já totalmente fluente na língua dos bebês, agarrava os cabelos da minha irmã e abanava os bracinhos para o alto, o que resultava em alguns tapas sonoros e extremamente doloridos, que por sua vez provocavam gargalhadas também sonoras da pequena e dos adultos babões.
Ela fez de tudo: brincou com o seu livro inflável, comeu danoninho, deu um show de alongamento saboreando o sapato novo, fez bruuuu, dançou música sacra, deu tchauzinho, bateu palma e lá pelas tantas, vomitou. Nada sério, só um blurp regado a leite em pó que, por sorte, combinava com a cor do vestido plissado. Nós, em volta, acompanhávamos as peripécias do pacotinho e sapeávamos o andar da celebração. Era fácil: quando percebíamos alguma movimentação generalizada ou quando começava alguma musiquinha do coro, suspendíamos a ferveção. Musiquinha é batata. Se tem musiquinha, lá vem alguma coisa que envolve a criança, ou a madrinha, ou as duas.
E ela ficou de boa. Eu tinha medo de que ela chorasse, ficasse nervosa, agitada, assustada. Nada disso. Curtiu mesmo. Uma mocinha. As únicas exceções, sei lá se por conta da batina ou da aparência estranha do padre, foram os momentos em que ele se aproximava e ela ameaçava dar um piti. Só ameaçava, porque eu logo apontava e dizia “olha o tio, Lalá, olha o tio”, e ela olhava, e fazia uma cara de ué e sossegava. Tá, talvez eu tenha dito “olha o tio” muito alto em uma das vezes e a minha irmã tenha me cutucado e falado morrendo de rir: “psiu, pára de chamar o padre de tio”, mas isso é detalhe. A estratégia funcionou, a Larinha gostou de olhar aquele tio esquisito e é isso que vale.
Por incrível que pareça, a baixinha ficou de boa até na hora da água na cabeça. Criança normalmente chora, esperneia, faz a desgraçada. Ela nada. Coloquei a cabecinha dela no meu braço esquerdo (lição do curso de madrinha), virei para a pia, chuá... Ela riu. Sorriu para o tio. Acho que ela pensou: “êba, o tio estranho vai me dar um banho”. Certeza. Ela adora banho.
Sei que no fim, ela se deu bem com o tio, amou os vitrais coloridos, chacoalhou com as músicas e ainda se encantou com a imagem de Nossa Senhora. Ficou deslumbrada. Olhava atenta, pegava, passava as mãozinhas... Gostou tanto que acho que vou dar uma Nossa Senhora de presente para ela de aniversário. Já estou até vendo as amiguinhas com bonecas em formato de bebês, brincado por aí, e a Larinha circulando com uma imagem de Nossa Senhora nos braços, brincando de ninar.
Brincadeiras à parte, o ritual foi bonito e eu realmente me emocionei no momento do batismo. Bonito o símbolo. Bonita a reação e a emoção das pessoas àquele símbolo. Poético o banho no meu anjinho. Transformador. Hoje eu sou a madrinha da Lalá.
Eu cheguei atrasada, lógico. Não atrasada, atrasada. Cheguei na hora para a cerimônia, mas perdi todas as instruções de coordenadas dadas meia hora antes aos padrinhos. Domingo de manhã... Paciência. Colei no Gabriel (o padrinho), perguntei as principais orientações e entrei na fila na porta da igreja.
Entramos. Ela se deslumbrou com o visual. Aquela igreja é mesmo linda. Toda rodeada de vitrais enormes coloridos, altar gigante cheio de brilhos. Luz entrando por todos os lados. Eu me deslumbrei. Ela nem piscava.
Sentamos, os cinco, no mesmo banco: eu, minha irmã, meu cunhado, o Gabriel e a piquita, e como não poderia deixar de ser, fervemos horrores. Qualquer dia ainda vamos ser banidos por mau comportamento de um desses eventos religiosos.
A Larinha, pelo jeito, puxou à família e era a mais desgovernada da trupe. Sem nenhuma cerimônia, falante que só ela, já totalmente fluente na língua dos bebês, agarrava os cabelos da minha irmã e abanava os bracinhos para o alto, o que resultava em alguns tapas sonoros e extremamente doloridos, que por sua vez provocavam gargalhadas também sonoras da pequena e dos adultos babões.
Ela fez de tudo: brincou com o seu livro inflável, comeu danoninho, deu um show de alongamento saboreando o sapato novo, fez bruuuu, dançou música sacra, deu tchauzinho, bateu palma e lá pelas tantas, vomitou. Nada sério, só um blurp regado a leite em pó que, por sorte, combinava com a cor do vestido plissado. Nós, em volta, acompanhávamos as peripécias do pacotinho e sapeávamos o andar da celebração. Era fácil: quando percebíamos alguma movimentação generalizada ou quando começava alguma musiquinha do coro, suspendíamos a ferveção. Musiquinha é batata. Se tem musiquinha, lá vem alguma coisa que envolve a criança, ou a madrinha, ou as duas.
E ela ficou de boa. Eu tinha medo de que ela chorasse, ficasse nervosa, agitada, assustada. Nada disso. Curtiu mesmo. Uma mocinha. As únicas exceções, sei lá se por conta da batina ou da aparência estranha do padre, foram os momentos em que ele se aproximava e ela ameaçava dar um piti. Só ameaçava, porque eu logo apontava e dizia “olha o tio, Lalá, olha o tio”, e ela olhava, e fazia uma cara de ué e sossegava. Tá, talvez eu tenha dito “olha o tio” muito alto em uma das vezes e a minha irmã tenha me cutucado e falado morrendo de rir: “psiu, pára de chamar o padre de tio”, mas isso é detalhe. A estratégia funcionou, a Larinha gostou de olhar aquele tio esquisito e é isso que vale.
Por incrível que pareça, a baixinha ficou de boa até na hora da água na cabeça. Criança normalmente chora, esperneia, faz a desgraçada. Ela nada. Coloquei a cabecinha dela no meu braço esquerdo (lição do curso de madrinha), virei para a pia, chuá... Ela riu. Sorriu para o tio. Acho que ela pensou: “êba, o tio estranho vai me dar um banho”. Certeza. Ela adora banho.
Sei que no fim, ela se deu bem com o tio, amou os vitrais coloridos, chacoalhou com as músicas e ainda se encantou com a imagem de Nossa Senhora. Ficou deslumbrada. Olhava atenta, pegava, passava as mãozinhas... Gostou tanto que acho que vou dar uma Nossa Senhora de presente para ela de aniversário. Já estou até vendo as amiguinhas com bonecas em formato de bebês, brincado por aí, e a Larinha circulando com uma imagem de Nossa Senhora nos braços, brincando de ninar.
Brincadeiras à parte, o ritual foi bonito e eu realmente me emocionei no momento do batismo. Bonito o símbolo. Bonita a reação e a emoção das pessoas àquele símbolo. Poético o banho no meu anjinho. Transformador. Hoje eu sou a madrinha da Lalá.
3 comentários:
Parabéns Dinda!!! E a Larinha heim? Já causando desde o batizado! Essa vai dar trabalho hehehe....
Saudade!
bjinho
Pensando na proposta inicial da coisa toda, é uma bela de um responsa!
Agora você pé madrinha!
Tenho certeza que o padre é tio de alguém...hahahaha
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