segunda-feira, 22 de junho de 2009

As Fontes do Meio-dia

Cinema, sexta-feira, quatro da tarde.

Uma sala de pessoas sozinhas mexendo no celular.

Um filme sobre pessoas sós.

Um filme bom, de final previsível, mas com um caminho gostoso de ver e a atuação deliciosa de dois atores fantásticos.

Lá pelas tantas Kate diz para Harvey:

- Eu não vou a fontes ao meio-dia, Harvey. Isso não é vida real.

Não?

Sei não. Acho que a vida real é o que a deixamos ser. O inesperado e as fontes do meio-dia que nos surpreendam e nos tirem do eixo. E não são mesmo essas as coisas que fazem a gente se sentir vivo? Que fazem o sangue borbulhar e o coração bater?

Harvey, que àquela altura já tinha sacado tudo, diz: É, Kate. Isso é vida real.

Deveria ser.


Não tem vida mais real do que a das fontes ao meio-dia.

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