Outro dia ouvi de uma amiga uma história que, sem aumentar ou inventar nada, daria uma peça de tombar de rir. Personagem central: uma faxineira. Até aí, lugar comum. A maioria das peças estilinho trairecoçar têm uma faxineira, empregada ou coisa do gênero fazendo e falando besteiras para garantir as risadas do público.
Tá. Batido. A questão é que essa história é real. A tal faxineira trabalha em um dos mais famosos teatros de São Paulo há eras. Não sei o nome da fulana mas isso também não vem ao caso. A tal moça adora arrumar tudo, tem prazer mesmo. O problema é que ela gosta de ter esse prazer junto com um outro: entortar o caneco. Pois é, ela adora deixar tudo um brinco enquanto molha o bico. Tudo mesmo, coxias e camarins inclusive.
Acreditem ou não, a funcionária dedicada, para não deixar nada fora do lugar, arruma o backstage todas as noites... Durante os espetáculos. Sabem aqueles objetos de cena que os atores utilizam ao longo da peça, que são estrategicamente deixados em locais de fácil acesso para agilizar a sua localização e colocação? Surprise: ela os recolhe, organiza, guarda e ainda tira o pó. Tudo durante a peça. Uma fofa.
Atores de primeira viagem por lá ficam transtornados ao perceberem que os óculos, casacos, espadas, máscaras, cuecas, perucas, maçãs do amor e demais apetrechos que seriam necessários para o desenrolar do espetáculo repentinamente desaparecem das coxias, restando aos coitados seguirem com a peça do jeito de der, sem óculos, casacos, espadas ou cuecas, dependendo do caso. Já os mais escolados, que seguem por lá em temporada, acostumam-se à maníaca das coxias e passam a deixar seus apetrechos cênicos em esconderijos secretos, ou simplesmente aprendem a divertir-se com a possibilidade do inesperado e com a improvisação necessária para seguir adiante.
Mas a tal não pára por aí. Que nada. Uma vez satisfeita com a “arrumação” dos bastidores, a moça que a-do-ra teatro se instala na platéia para curtir o espetáculo. A peça pode estar em cartaz há um dia ou há seis meses que a fulana se senta, acompanha interessada, gargalha loucamente das mesmas piadas noite após noite e, pasmem, interage com os atores. Sim, a cereja do sundae é a participação especialíssima da faxineira mamada nas peças que se aventuram por lá.
A fulana faz perguntas e comentários, por vezes da sua cadeira, por vezes em pé, em momentos de maior exaltação. Uma fofa pró-ativa e participativa.
Aventura total. Como se já não bastassem todos os imprevistos naturais do teatro, a galera ainda tem que lidar com um mico em forma de faxineira que, ainda que com a melhor das intenções, boicota diariamente as peças que estão em cartaz.
Existem histórias que se fossem inventadas não seriam tão boas. Existem pessoas que já nascem mais personagens do que qualquer personagem que se imagine. Só rindo.
7 comentários:
ahahaha.... eu posso confirmar essa história todinha, rsrsrsrs!! A frase que ela mais gostava de falar durante as apresentações era "só por Deus mesmo" ahahaha!! Querida que delícia ler suas coisas, me dá um tok sempre que escrever!! Muita saudade, vamos agitar alguma! Beijo no coração, Cami.
Hahahaha...eu daria tudo pra ver!!! Um espetáculo a parte!!!...kkkkkkkk
Opa!
Vim aqui, passei os olhos meio por cima. Prometo que volto MESMO, pra ler com cuidado.
Adorei ter conhecido vocês.
Fez bem!
Beijos
Cara, é fácil: é só colocar a Thathona lá atrás com ela na coxia que você vai ver... Não sobra nem um pedaço dela pra contar a história...
hahaha adorei Juju, mas como disse a Jupa deixa ela comigo que vc vai ver se ela faz esse auê todo na MINHA coxia hahahahahahaaha
beijocas!!
PS. sabe que algumas pessoas ja nescem mesmo com esse lance de arrumar, limpar, backstage... ta no sabgue hahahaha
Todo mundo louco pra barrar a mulher, conhecer a mulher, atuar com a mulher... eu tô querendo é beber com ela!
Eu tenho dó da mulher só de pensar em colocar a coitada junto com a Thata. Jesus, picadinho de faxineira ao molho de aguardente.
Adorei o comentário, Má! Muito bom!
Postar um comentário