Em conversa com um amigo:
- Precisamos ir para Pocinhos do Rio Verde, é muito gostoso.
- Demorou. E Brotas.
- Brotas com certeza. Tem tanto lugar legal para conhecer aqui por perto.
- A gente devia fazer uma lista. É, uma lista de lugares para relaxarmos no final de semana. Sugeriu ele.
- Ótima idéia. Assim não esqueceremos dos lugares, afinal, são muitos.
Vale ressaltar aqui que a minha memória guarda uma grande semelhança com a memória de uma certa “peixa” hilária de um certo desenho também hilário chamada Dori. Para completar, a memória do meu amigo também não é lá um primor, daí a conveniência de uma lista. Até aí tudo bem. Olha só o que veio depois:
- Então está certo. Vamos fazer uma lista com todos os lugares para relaxar que estejam em um raio de 200 km daqui.
Comecei a ficar apreensiva, aquilo estava começando a soar um pouco regrado demais para pessoas que pretendiam justamente relaxar. Mal sabia eu...
- Mas não basta fazer a lista. Precisamos de metas.
Metas???? Pensei com meus botões debatendo-se em pânico.
- Metas para que mantenhamos uma boa freqüência de relaxamento. Senão, já viu, vamos ter uma lista enorme com lugares acumulados e vamos acabar viajando umas poucas vezes. Temos que equilibrar a lista com as viagens e acho que a melhor maneira de fazermos isso é colocando metas.
Pronto, para mim virou piada. Obviamente para ele (ainda) não. Pois bem.
- Sim, claro. Por que não? Resolvi colocar a ironia em campo e dar corda para enforcar rapidinho a famigerada lista.
- Podemos colocar metas e estipular punições. Sim, porque metas apenas não seriam suficientes. Imagine que não consigamos viajar na freqüência correta prevista para o relaxamento e descumpramos a meta. O que aconteceria? Nada. É necessário que paguemos um preço pela ausência de relaxamento. Podemos estipular algum tipo de multa, pecuniária ou não, que nos impeça de não relaxar.
Ele me olhou curioso, por um instante analisando a seriedade de minha observação. Até aquele ponto havia conseguido manter o sorriso na parte de dentro do meu corpo. Ao perceber a sua dúvida, não pude mais contê-lo e embarquei em uma gargalhada das boas.
Desistimos, obviamente, da idéia da lista bizarra e rimos compulsivamente do absurdo que havia consumido nossos últimos minutos de conversa.
Aquele riso, sim, havia sido relaxante. Bem mais do que a tal lista jamais seria.
Pensando bem, talvez devêssemos criar uma lista das gargalhadas que demos ao longo do dia, da semana, do mês. Uma lista indicando data, motivo, participantes e duração do riso, tudo isso em uma planilha, com médias, gráficos... Estou brincando, obviamente. Mas a idéia de uma relação de gargalhadas talvez não seja tão ruim assim. E nesse caso, uma meta mínima também não faria mal: ao menos uma boa gargalhada por dia. É relaxante, produz endorfinas, melhora a circulação, rejuvenesce e faz a vida muito mais divertida.
Somos expostos constantemente a potenciais geradores de gargalhadas. Não perca suas chances, cumpra rigorosamente a meta e, sempre que possível, exceda-a, gerando créditos que poderão ajudá-lo em tempos de escassez.
Viajar também ajuda. Pocinhos do Rio Verde e Brotas são duas boas opções. Havia outras, mas a Dori aqui esqueceu pois não fizemos uma lista.
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Um comentário:
Eu sou super favorável que se crie uma penitência para quem não relaxar!!! Podem começar fazendo com que cada pessoa que não relaxou faça 200 polichinelos, 1500abdominais e 20 minutos de corda. Ao final dos exercícios, façam o teste para verificar se a pessoa relaxou, se não relaxou, repita a série. Se ao final da nova série a pessoa não relaxar, cobre a multa de 300,00 por dia não relaxado! Adorei! Será um sucesso em spas e hotéis fazenda!
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